Teste | Volkswagen Golf VII 1.6 TDI #Parte 2

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Apesar de três gerações que separarem o novo modelo do vendido no Brasil, elementos do design fazem o Golf ser facilmente reconhecido

Teste Volkswagen Golf VII 1.6 TDI Bluemotion (16)[3]
De acordo com o italiano Walter de Silva, chefe de design do Grupo VW, a intenção ao criar a sétima geração do Golf foi a de alinhar o modelo com o atual “family feeling” da marca, mas mantendo-o claramente reconhecível como um Golf. Suas linhas deveriam ainda sugerir esportividade e a sensação de tratar-se de um modelo mais caro.

O carro apresenta agora proporções ligeiramente alteradas: está mais comprido e largo, com capô pouco mais longo e para-brisas mais inclinado – inclinado o bastante, aliás, para que a coluna A ganhasse uma pequena janela. Suas linhas trazem traços mais retos e marcados, típicos nos lançamentos mais recentes da marca, mas também mostram inspiração em versões anteriores. Como sempre, o desenho geral da carroceria transmite solidez, a traseira é truncada e marcada por uma larga coluna C. Na dianteira, o conjunto formado por conjuntos óticos e grades cria elementos horizontalizados que remetem à primeira geração. O suave caimento do teto em direção à traseira lembra a segunda geração. E o desenho da clássica coluna C, limpo, sem vincos, definido visualmente por duas linhas diagonais paralelas que acompanham o recorte da porta traseira formando uma seta, recupera uma solução da quarta geração do modelo.
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De fato, a primeira impressão ao se aproximar do novo Golf é a de familiaridade. Mesmo para brasileiros. Apesar das 3 gerações que separam o novo modelo ainda produzido no país (apelidada de “Golf 4,5”) e essa sétima encarnação, a manutenção de elementos marcantes do design permitem seu imediato reconhecimento como um novo Golf. A sensação seguinte é exatamente a de qualidade superior. Com certeza as novas linhas contribuem para essa impressão. Mas, a despeito do design, o Golf realmente “subiu na vida”, e a percepção disso torna-se evidente no uso. Houveram avanços técnicos e ganho em espaço interno, como é de se esperar em um produto renovado. Mas a qualidade de construção e acabamento é irrepreensível.
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O perfeito alinhamento e a uniformidade de vãos entre painéis da carroceria denotam que a VW está, nesse aspecto, um passo à frente mesmo se a comparação for com fabricantes como Volvo e BMW. Já no interior, os materiais de acabamento não são necessariamente luxuosos, mas transpiram melhor qualidade que os encontrados nos novos Mercedes Classe A e CLA, por exemplo. Na versão Confortline, avaliada, encontramos alumínio de verdade nas maçanetas internas e em detalhes como os frisos que contornam saídas de ventilação (enquanto os Mercedes contam com plástico pintado de prata, de aspecto e toque barato). E mesmo em pontos mais escondidos (e portanto menos sujeitos ao toque) não encontramos rebarbas. Mas vale, aqui, fazer uma ressalva: à moda introduzida pelo Ford Focus, essa geração do Golf também usa plástico rígido na lateral das portas traseiras, ao invés do material emborrachado encontrado na dianteira. Em relação ao nível de equipamento, o Golf também evoluiu. Como comentamos na primeira parte da avaliação, o carro recebeu, seja como opcionais ou como conteúdo de série, sistemas de segurança que costumam estar disponíveis apenas em modelos de segmentos superiores e de marcas premium.
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531666_434232259997792_131993955_nA impressão de qualidade superior é reforçada a partir do momento em que se dá a partida. O motor 1.6 turbo diesel da unidade avaliada funciona de forma progressiva e perfeitamente entrosada ao câmbio mecânico de cinco marchas. Aliás, confirmando tudo o que se costuma dizer sobre as transmissões da Volkswagen, os engates foram sempre precisos, silenciosos e macios. Certamente entre os melhores encontrados na indústria (e não apenas no segmento). De acordo com as versões de acabamento e motorização, outras duas opções de transmissão, ambas com seis marchas, são oferecidas – outra mecânica e a DSG, automatizada com dupla embreagem. Na cidade, o Golf faz de forma competente tudo aquilo que se espera de um hatch médio. Além de ser um modelo bonito e atual por fora e por dentro, ele oferece bom nível de equipamento de série e espaço suficiente para cinco adultos (melhor porém se forem quatro), inclusive para cabeças no banco traseiro. O túnel central não incomoda tanto ao passageiro do meio. Todos têm direito a cinto de três pontos e apoios de cabeças. O porta-malas tem bom volume e há diversos porta-trecos espalhados pelo interior. E melhor do que serem “vários”, eles estão bem posicionados na cabine e são grandes, com boa profundidade, e forrados internamente para evitar ruídos. As pequenas janelas na coluna A, diferente do que se percebe em outros modelos, são mais do que meros elementos de estilo e efetivamente colaboram para melhorar a visibilidade. O mesmo não podemos dizer das largas colunas traseiras… mas isso não é novidade quando se trata de um Golf. A direção, com assistência elétrica, é leve em manobras e ganha peso adequado na medida que a velocidade aumenta. O volante tem ótimo tamanho e formato, com pegada ideal e a ergonomia na cabine é excelente. Todos os comandos encontram-se à mão e são operados de forma intuitiva.
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Falando da suavidade dos comandos, os leitores devem se lembrar de um vídeo amador que mostra o chefão do Grupo VW, Martin Winterkorn, inspecionando o novo Hyundai i30 e apontando a suavidade do comando de regulagem de posição do volante, e a posição escondida dos limpadores de para-brisas. Coincidência ou não, a alavanca da regulagem do volante desse novo Golf funciona de forma suave e silenciosa, e seus limpadores de para-brisas não estão visíveis! lshdJBf - ImgurO acerto das suspensões é tipicamente VW. firme e preciso, sem ser desconfortável. Isso, associado ao câmbio e a direção, contribui para que o comportamento do Golf em estrada seja também exemplar. O conforto do motorista e passageiros durante viagens longas também é garantido por bancos com formato e suporte adequados (assim como as suspensões, firmes sem serem desconfortáveis) e excelente ergonomia. Com o peso na casa dos 1.295 quilogramas, o veículo possui um bom desempenho graças ao motor Diesel 1,6 litros com turbocompressor. Atendendo às normas EURO 5 de emissão de poluentes, o motor gera 105 cv em uma faixa plana entre 3000 e 4000 rotações por minuto. O torque de 250 Nm, por sua vez, pode ser conferido entre 1500 e 2750 rotações por minuto. A velocidade máxima informada é de 192 km/h, com o veículo alcançando os 100 km/h em 10,7 segundos. De fato o motor se mostrou sempre disponível durante a avaliação, garantindo acelerações convincentes tanto em saídas de semáforos como em retomadas em estrada. Quanto ao consumo, os números indicados pelo computador de bordo (e confirmados nos abastecimentos) foram bastante interessantes. Para essa versão, com pacote Bluemotion, a VW fala em 21 km/l para ciclo urbano e impressionantes 30 km/l em estrada. Contudo, sem a preocupação com uma condução econômica, mas com apenas duas pessoas a bordo e circulando a maior parte do trajeto em estradas, nossas medias de consumo passaram longe dos números oficiais. De toda forma, números de desempenho e consumo da unidade avaliada, movida a diesel, não podem ser “traduzidas” para a realidade brasileira.
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O isolamento acústico, embora tenha se mostrado eficiente na maioria das situações, não foi suficiente para conter o ruído proveniente do motor em velocidades elevadas (acima dos 140 km/h). E notamos um nível indesejado de vibrações, também provenientes do motor, em baixas rotações. Vale lembrar, contudo, que motores diesel são naturalmente mais ruidoso e geram mais vibrações. Na versão avaliada, contava com faróis de neblina que acompanhavam o esterçamento do volante em curvas (o que se mostrou efetivamente um reforço à segurança ao dirigir por estradinhas de montanha cobertas de neve, à noite, nos Alpes franceses (ahh… que vida dura!). No geral, novo Golf mostra-se de um carro de comportamento muito equilibrado, gostoso de dirigir. O rodar é justo… quase esportivo (lembrando bastante o irmão Scirocco), mas sem ser cansativo. É um companheiro competente, previsível e confiável, tanto na cidade quanto na estrada. Se números de desempenho e consumo da unidade a diesel avaliada não podem ser utilizados como referência para o mercado brasileiro, todas as demais qualidades do modelo podem. E, devem! Elas são suficientes para afirmar que SE a Volkswagen lançar esse novo Golf no mercado brasileiro (e preferimos dizer “se” ao invés de “quando”, após expectativas frustradas de ver a quinta e sexta gerações do modelo no país), ele será o melhor hatch médio disponível no mercado. Parte 1Parte 2 – Parte 3 (em breve)

Ps.: Caros amigos leitores do Novidades Automotivas! Peço desculpas a vocês pela demora para a publicação dessa segunda parte da avaliação do Golf. Após um ano e meio como correspondente do blog na Europa, estou retornando ao Brasil. E, nesses meus últimos dias entre Alemanha e Inglaterra, entre compromissos pessoais e profissionais, a administração do tempo tem sido comprometida.

Veja também: · Novo Volkswagen Golf VII chega ao Brasil este ano importado da Alemanha · Exclusivo | Golf 7 e novo Audi A3 voltarão a ser produzidos em São José dos Pinhais

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