Avaliação: Honda ADV é o SUV compacto dos scooters

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Partindo da base do PCX, scooter aventureiro mistura visual e capacidade e abre portas para evolução do segmento

Se os SUVs ‘bombam’, por que não um scooter aventureiro? (foto: Renato Durães/Divulgação)

Quando a Ford lançou o EcoSport, muitas dúvidas pairavam sobre sua proposta.

Era basicamente um Fiesta com carroceria elevada e, naqueles tempos, pensava-se que o público ia torcer o nariz para um jipe “nutella”. Mas o que a marca descobriu é que as pessoas que sonhavam com um SUV não ligavam para a capacidade, apenas para sua imagem.

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E, sinceramente, demorou para o segmento de duas rodas perceber a mesma coisa. A Honda já trouxe o X-ADV ao Brasil e aconteceu algo similar. “Quem vai querer um filhote de Africa Twin com um PCX?”, disseram.

A princípio, qual a serventia de um scooter, que nasceu para o ambiente urbano, com cara de aventureira? Bem, aparentemente muita gente gostou. Tanto que a marca aplicou a mesma proposta ao seu scooter mais popular, nascendo assim o ADV.

PCX serviu de base para o ADV (foto: Renato Durães/Divulgação)

Pegando a base do PCX, reutilizando chassi, motor e câmbio, a Honda deu-lhe um visual mais para uma bigtrail do que para um scooter. Além disso, aplicou algumas, mas bem pensadas, alterações na moto para lhe conferir um pouco mais de capacidade quando o asfalto acaba.

O novo Honda ADV tem preços partindo de R$ 17.490, sem frete. Ao menos que você dê o azar de morar no estado de São Paulo que, por conta do aumento do ICMS, fez o preço base da moto subir para R$ 17.490.

São cerca de R$ 3 mil a mais em relação ao PCX, o que faz levantar a pergunta: vale a pena o investimento extra?

É basicamente um Honda ADV, só que não

Lista de equipamentos é similar a do PCX (foto: Renato Durães/Divulgação)

Pelo dinheiro a mais, os compradores do Honda ADV recebem um pacote bem completo dentro da categoria dos scooters pequenos.

A novidade traz de série iluminação completa por lâmpadas de LED, chave presencial, ABS dianteiro, freios a disco nas duas rodas, pisca-alerta, tomada 12V no porta-trecos dianteiro e bagageiro de 27 litros sob o assento.

Tudo muito similar ao PCX. Os diferenciais ficam por conta do para-brisa regulável e o computador de bordo mais completo, com medidor de consumo instantâneo e médio, marcador de combustível, indicador de voltagem de bateria e aviso de troca de óleo, entre outros. Toda a parte de carenagens, bancos e painel é exclusivo do aventureiro.

ADV tem painel digital (foto: Caio Mattos/Divulgação)

Mecanicamente, PCX e ADV são idênticos, trazendo um motor monocilíndrico de 149 cm³ com arrefecimento a líquido, entregando 13,2 cv de potência e 1,38 kgfm de torque.

Mas é aí que começam as diferenças. O scooter aventureiro tem um tubo de admissão mais comprido e um escape de saída elevada que cria maior contrapressão no cilindro. O resultado são respostas mais rápidas ao acelerador. O sistema Idling Stop, que desliga o motor em paradas superiores a 3 segundos e o religa ao se acelerar, também está presente.

O chassi, apesar de ser o mesmo, tem duas modificações importantes. O primeiro é o ângulo da suspensão dianteira: 27º no PCX e de 26,5% no ADV. O resultado é um entre-eixos ligeiramente mais curto e maior agilidade nas mudanças de direção. O novo guidão, mais largo, também ajuda nessa tarefa. A novidade tem 127 kg, 1 kg a mais que o PCX. O assento está a 795 mm do chão e o aventureiro tem um guidão mais alto e largo, enquanto o tanque tem 8 litros.

Roda traseira é menor e permite instalação de pneu maior (foto: Caio Mattos/Divulgação)

O grande trunfo do ADV, porém, está nas rodas e na suspensão. O garfo dianteiro tem 130 mm de curso, 30 mm a mais que o PCX. Na traseira, o duplo amortecedor parece ter as mesmas dimensões, mas como o ADV usa reservatório externo, ganhou 20 mm extras de curso, totalizando 120 mm.

Outra diferença importante está no conjunto de rodas e pneus. O PCX e o ADV compartilham de rodas de 14 polegadas na dianteira, mas o primeiro tem pneu de medida 100/80, enquanto o segundo é 110/80.

Na traseira, a roda do aventureiro é menor, o que possibilita instalar um pneu maior, 130/70-R13 no ADV versus 120/70-R14 no PCX. A novidade conta com pneus de uso misto fornecidos pela Metzeler, do modelo Tourance.

Montando na mudança

Suspensão agrada pelo conforto (foto: Renato Durães/Divulgação)

Quando os compradores de carro se apaixonaram pelo SUVs, não foi sem motivo. A carroceria alta provê uma facilidade maior para se entrar e sair, além de uma posição elevada de direção.

A suspensão mais robusta foi uma mão na roda para encarar nossas ruas esburacadas. E se o sucesso atual dos utilitários esportivos servir de exemplo, o Honda ADV tem tudo para criar um novo movimento no mercado brasileiro.

Começando pelo motor, as alterações na admissão e no escape realmente fazem uma diferença no desempenho do scooter, que parece “deslanchar” mais livremente nas acelerações.

A adição do para-brisa e do guidão mais largo conferem ao ADV uma postura mais confortável e mais amigável no uso diário. O banco tem espuma relativamente firme, mas ideal para trajetos mais longos.

Mas o que realmente vai balançar os compradores de scooters é a suspensão. Num breve teste-drive na região de São José dos Campos (SP), o Honda ADV foi posto em diversas situações que uma moto dessa categoria sofreria. De ruas de paralelepípedo a estradas de serra com subidas, descidas e curvas, a novidade surpreendeu pelo conforto e desempenho.

Scooter resiste bravamente à pisos sem asfalto (foto: Renato Durães/Divulgação)

Mesmo no vai e vem das curvas na estrada a caminho de São Francisco Xavier (SP), o ADV conseguiu manter um bom ritmo, entre 60 km/h e 90 km/h, sem muito esforço. Em curvas mais fechadas, os pneus passaram confiança e a suspensão controlou bem o movimento da moto. Mesmo na terra, local onde ninguém imagina que um scooter existirá, o aventureiro da Honda andou sem grandes sacrifícios, exceto pelas valetas maiores.

Ainda bate seco em buracos nas ruas das cidades, mas apenas em situações extremas, ao contrário do PCX. E tudo isso sem bater embaixo, graças em parte ao vão livre em relação ao solo de 16,5 cm. E depois de duas horas em cima do ADV, a aventura não cansou e sobrou espaço sob o banco para capa de chuva e outras tralhas, além de deixar o telefone carregando no porta-luvas dianteiro. No final das contas, o computador de bordo apontou um consumo de 55 km/l.

A “mágica” do Honda ADV é unir aquilo que os compradores de scooter querem, apenas não sabiam disso. Mantém toda a praticidade de um PCX, só que tem um visual mais bacana e é bem mais confortável. Apenas a suspensão e os pneus já valem o investimento extra. Nessa faixa de preço, você pode olhar scooters maiores ou até mesmo aventureiras de verdade como a Honda XRE 300 (R$ 19.340). Porém, agregar qualidades de ambas é algo que, por enquanto, só o ADV faz.

Ficha técnica – Honda ADV 150

Motor: 149,3 cm³, 1 clindro,
Potência: 13,2 cv
Torque máximo: 1,38 kgfm
Câmbio: CVT
Velocidade máxima: 115 km/h
Dimensões: comprimento: 1.950 mm; largura: 763 mm; altura 1.153 mm; entre-eixos: 1.324 mm
Distância do solo: 165 mm
Altura do assento: 795 mm
Peso: 127 kg
Pneu dianteiro: 110/80 R14
Pneu traseiro: 130/70 R13

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