Avaliação: Ford Territory é SUV ‘quase grande’ que concorre com modelos médios

Desenvolvido na China, ele briga com Jeep Compass, apesar de ser maior
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Em 2018, muito antes de pensar (ou falar sobre) no fim da produção no Brasil, a Ford confirmou que importaria da China o SUV Territory. Levou cerca de 2 anos para as vendas começarem efetivamente, em meados de 2020. E, quem diria, ele acabou sendo o primeiro passo na mudança de rumo da empresa no país.

Hoje, o Territory é um dos quatro modelos da Ford à venda no Brasil – a família ainda vai crescer com a chegada do Bronco, ainda em maio.

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Só que o Bronco ficará posicionado bem acima do Territory, que tem a ingrata tarefa de brigar em dos segmentos mais disputados do nosso mercado: o de SUVs médios.

Para ficar em boas condições, a Ford escolheu um modelo que se destaca pelo tamanho e pela lista de equipamentos. Ele é maior e mais completo do que praticamente todos os rivais. Nesta avaliação, mostramos se ele é uma boa compra diante de tantos novos rivais.

Ford Territory
Ford Territory é bonito, mas não lembra nenhum outro modelo da marca

Crise de identidade

Mas vamos começar falando de desenvolvimento. O Territory nasceu “da costela” do S330, SUV desenvolvido pela Jianling, ou JMC, parceira chinesa da Ford há mais de 25 anos.

A partir do S330, a Ford fez algumas mudanças estéticas para criar o Territory. E sejamos justos: ele é um SUV bonito, com boas proporções e visual muito bem resolvido. Agora, pelo menos na minha opinião, falta um pouco da tão conhecida identidade da Ford no design.

JMC Yusheng S330
JMC Yusheng S330, modelo que deu origem ao Ford Territory

Ele não se parece com nenhum outro modelo da linha atual marca no Brasil, na Argentina ou em qualquer outro país próximo de nós. O mesmo vale para o interior, cujo acabamento é bastante bom, com materias de boa qualidade.

O desenho da cabine tem um toque modernista, com uma grande central multimídia inclinada, ainda que a alavanca de câmbio lembre a de um carro de 15 anos atrás.

A mesma falta de identidade pode ser percebida ao volante do SUV. A Ford sempre foi referência no ajuste de seus carros – principalmente do Fiesta para cima. Nesse aspecto, o Territory não é ruim de guiar, mas é evidente que faltou aquele ajuste fino que a engenharia sempre conseguiu dar aos modelos.

EcoBoost?

Debaixo do capô, o Territory traz um motor 1.5 turbo de 4 cilindros em linha. Embora a Ford chame essa unidade de EcoBoost, em nada ela lembra a família EcoBoost oferecida no passado da empresa.

Na verdade, esse motor foi desenvolvido pela Mitsubishi algumas décadas atrás. Ele entrega 150 cv e 22,7 kgfm, números que o colocam na média desse segmento (mas bem abaixo dos 185 cv do novíssimo 1.3 da Stellantis).

Esse motor sempre é combinado com uma transmissão automática do tipo CVT, capaz de simular 8 marchas. Há possibilidade de mudanças na própria alavanca.

Uma peculiaridade é que esse motor roda no ciclo Miller, ao contrário da grande maioria dos propulsores, que utiliza ciclo Otto. Isso quer dizer que as válvulas de admissão ficam abertas por mais tempo, em prol de um consumo de combustível mais amigável, apesar da menor potência.

Segundo o Inmetro, o Territory faz 9,2 km/l na cidade e 10 km/l na estrada. Lembrando que ele só bebe gasolina.

Se o consumo não empolga, o desempenho vai pelo mesmo caminho.

Tamanho é documento?

Ford Territory tem visual bem resolvido
Ford Territory é maior do que os modelos médios

Com 4,58 m de comprimento e 2,70 m de entre-eixos, o Territory fica exatamente entre os SUVs médios e os modelos grandes.

Ele é cerca de 15 cm mais comprido do que Jeep Renegade, Toyota Corolla Cross e Volkswagen Taos. Essa também é a medida aproximada que ele tem a menos na comparação com Volkswagen Tiguan e Chevrolet Equinox.

Assim, acaba não sendo nem médio, nem grande. Até por isso, seu preço também fica entre esses modelos citados acima.

A versão avaliada, Titanium, aparece no site da Ford por R$ 197.900, mais do que qualquer versão flex do Compass e do que o Corolla Cross mais completo. Inclusive, ele acaba sendo mais caro do que o Equinox, vendido em versão única. Porém, ele é bem mais barato do que o Tiguan, que passa dos R$ 230.000.

O que ele oferece?

Interior do Ford Territory
Interior do Ford Territory

Ninguém pode reclamar que o Territory não é completão. Essa versão Titanium tem uma enorme lista de equipamentos de série. Não há opcionais. Abaixo, um resumo dos principais itens.

Ar-condicionado digital, teto solar panorâmico, bancos de couro e com ajustes elétricos para o motorista, faróis full-LED com acendimento automático, quadro de instrumentos digital, central multimídia, carregamento por indução, freio de estacionamento eletrônico, alerta de mudança de faixa com correção, frenagem automática de emergência, estacionamento autônomo, controle de velocidade adaptativo, câmeras 360 e sensor de chuva.

Vale a pena?

Depende. Pelos quase R$ 200.000, não. Mas, passando em algumas concessionárias Ford, é possível ver anúncios de promoções para o Territory. Os descontos podem chegar a R$ 25 mil, fazendo com que a versão Titanium seja vendida na casa dos R$ 175.000.

Por esse preço, o Ford Territory pode ser uma opção interessante aos modelos médios. Principalmente se o comprador não ligar para a “falta de identidade do modelo”, mas precisar de mais espaço interno e fizer questão de uma generosa lista de equipamentos.

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