Foi em 2018 que o Eclipse Cross desembarcou no Brasil rodeado de polêmicas. Tudo por conta do design da traseira, que foi aprovado por alguns e criticado por muitos. Levou dois anos, mas a Mitsubishi, enfim, trouxe a renovação de estilo que já havia sido apresentada no Japão em 2020. E a melhor notícia é que as qualidades do SUV foram mantidas.
Design mais comportado
Devo admitir que eu era do time que gostava do estilo ousado do Eclipse Cross. Mas isso não significa que a reestilização tenha me desagradado.
Vamos começar pela traseira, já que era o alvo de tanta controvérsia. Em vez do vidro dividido em duas partes, a vigia traseira ganhou formato convencional. O mesmo aconteceu com as lanternas, que receberam um prolongamento invadindo a tampa do porta-malas, que ostenta um formato mais abaulado. As mudanças não tiveram impacto apenas estético: a fabricante diz que houve um ganho de 14% na área do porta-malas em relação à versão anterior.
Na frente, o novo Eclipse Cross teve o estilo repaginado. O conjunto óptico agora é dividido em duas partes e o para-choque foi redesenhado sem perder a identidade visual da marca. Por dentro, as mudanças se resumem a novas opções de revestimentos. O acabamento, inclusive, peca um pouco pelo excesso de plástico, embora tenha boa qualidade de construção.
No geral, o design realmente ficou mais harmonioso. Mas eu gostava do jeito como era antes.
Recheio segue generoso
Felizmente, o novo Eclipse Cross manteve suas virtudes mais importantes. Uma delas é o generoso conteúdo em todas as versões, que contam com assistente de partida em rampa, controles de tração e estabilidade, sensor de pressão dos pneus, câmera de ré, sensor de chuva, acendimento automático dos faróis, iluminação diurna por LEDs e sensores de estacionamento dianteiros e traseiros.
Existe ainda um pacote de assistências de condução que a Mitsubishi chama de MiTEC. Além do sensor de pontos cegos, o carro traz um sistema de prevenção de aceleração involuntária (que entra em ação caso o motorista pressione fortemente o acelerador por engano com o carro parado ou até 10km/h), alerta de tráfego traseiro, controle de cruzeiro adaptativo, frenagem autônoma de emergência, aviso de saída de faixa e assistente de farol alto.
Nas versões topo de linha (HPE-S, S-AWC e HPE), os bancos dianteiros possuem ajustes elétricos e aquecimento. A lista de itens ainda inclui ar-condicionado digital com duas zonas de regulagem de temperatura, chave presencial com partida do motor por botão, espelhos retrovisores com rebatimento elétrico, head-up display e freio de estacionamento eletrônico.
Para quem gosta de dirigir
Todas as versões usam o mesmo motor 1.5 turbo movido a gasolina, que entrega 165 cv e torque máximo de 25,5 kgfm. O câmbio é sempre automático do tipo CVT, com simulação de oito velocidades e paddle-shifts atrás do volante.
As aletas, por sinal, são fixadas na coluna de direção, algo que não atrapalha a ergonomia por conta do tamanho das peças. A versão topo de linha é a única que traz tração integral e seletor com três modos de condução: Auto, Snow ou Gravel. Este último é o mais indicado para pisos com cascalho.
Durante nossa avaliação, realizada em uma viagem entre as cidades de São Paulo e Amparo, o novo Eclipse Cross se mostrou um dos SUVs médios mais prazerosos de dirigir. É difícil notar a carroceria rolando excessivamente nas curvas e a suspensão que absorve com competências as irregularidades do piso também faz bonito em asfalto liso.
Pode não ser um esportivo, mas o modelo agrada quem curte acelerar. Nos trechos sem asfalto, o Eclipse não exibe a mesma desenvoltura de seus irmãos de família, como L200 e Pajero Sport, mas também não deixa a desejar. Em resumo, é um SUV feito para a cidade capaz de encarar leves incursões no fora-de-estrada.