
Faz alguns anos que os carros híbridos já são vendidos no Brasil. No entanto, apenas com a chegada de modelos como o Toyota Corolla que a tecnologia se tornou um pouco mais conhecida e acessível para o consumidor.
Essa popularização ganhou mais força com as chegadas de Pulse e Fastback Hybrid. Os primeiros carros híbridos da Fiat foram lançados no fim de 2024 e já respondem pela maioria das vendas dos dois SUVs.
Nosso contato inicial aconteceu durante o evento de lançamento em outubro de 2024 e agora chegou a hora de passar uma semana com o Pulse Hybrid. Será que o SUV realmente ficou mais econômico? E o que mudou em relação ao modelo “convencional”? As respostas estão a seguir.
O Pulse é um híbrido “de verdade”?

Antes de tudo, vale ressaltar que o Pulse Hybrid é um híbrido-leve, e não um híbrido puro como os Toyota Corolla e seu “primo” Corolla Cross. Um carro híbrido-leve (termo adaptado do inglês ‘mild hybrid’) combina um motor a combustão com um motor elétrico e uma pequena bateria.
A principal diferença está no fato do motor elétrico de um carro híbrido-leve não tracionar as rodas como em um veículo híbrido puro ou do tipo plug-in. No híbrido-leve, o motor elétrico realiza tarefas como ligar o propulsor a combustão e auxiliar nas arrancadas e acelerações. A promessa é de reduzir o nível de emissões e o consumo de combustível.
Fiat Pulse híbrido-leve tem duas baterias

O sistema usa duas baterias de 12 volts: uma de chumbo-ácido de 68 Ah fica no cofre do motor e outra de íon-lítio com 11 Ah que está debaixo do banco do motorista.
O módulo DBSM (de Dual-Battery Switch Module) controla o funcionamento das baterias, conectando ou desconectando conforme necessário. Já o pequeno motor elétrico (que substitui alternador e motor de arranque) é alimentado pela bateria de íon de lítio. Gera uma potência de até 3 kW (pouco mais de 4 cv) e 1 kgfm de torque.
Desempenho: mais suavidade e mais economia

O motor 1.0 turbo da família T200 é o mesmo do antigo Pulse. Entrega 130 cv quando abastecido com etanol e 125 cv se movido a gasolina. O torque máximo é de 20,4 kgfm com qualquer combustível. Já o câmbio é do tipo CVT simulando sete marchas.
Apesar da promessa de assistência nas acelerações e retomadas, é difícil notar a atuação do motor elétrico no dia-a-dia. Até porque é o próprio veículo (no caso, a central eletrônica) que determina o funcionamento do sistema híbrido-leve.
Alguns meses após o lançamento, relatos de que o motor elétrico sequer atua em determinadas condições começaram a pipocar. A revista Quatro Rodas adquiriu um Pulse Hybrid e questionou a Fiat sobre o funcionamento irregular do sistema híbrido. A fabricante respondeu que é um comportamento normal.
De toda maneira, percebe-se um comportamento mais suave e silencioso. A presença do motor elétrico faz o motor T200 atuar numa faixa de giro mais baixa. A engenharia da Fiat também retrabalhou o isolamento acústico e as vibrações do conjunto. Resultado: a dirigibilidade melhorou e o nível de ruído baixou.
Quanto ao consumo de combustível, a Fiat promete uma redução de até 10,7% no ciclo urbano, independente do combustível. Números divulgados pelo Inmetro indicam 13,4 km/l na cidade e 14,4 km/l na estrada. Fato é que, com gasolina no tanque, o Pulse Hybrid mostrou ter um apetite bastante comedido.
O que muda fora a motorização?

Pouca coisa, até porque a gama de versões segue o padrão adotado até então no Pulse. Sendo assim, o sistema híbrido-leve está disponível nas versões Audace e Impetus.
O Pulse híbrido pode ser identificado por fora apenas pelo discreto logotipo “Hybrid” na tampa traseira. Na cabine, o modelo tem uma tela dedicada ao funcionamento do sistema híbrido. Na versão Audace, a tela monocromática do computador de bordo mostra uma roda em movimento para indicar quando o motor elétrico está em ação.
Já na versão Impetus existe um menu mais elaborado com grafismos coloridos. Há até uma reprodução do Pulse que informa quando o veículo está funcionando com o auxílio do motor elétrico. Essa é a única maneira de descobrir quando o sistema está operando.
Quanto custa o Fiat Pulse híbrido?
O Pulse ficou um pouco mais caro com a adoção da tecnologia híbrida-leve. No lançamento, a Fiat cobrou R$ 2 mil a mais pela novidade. Dessa forma, o Pulse Audace Hybrid saia por R$ 125.990 e a versão Impetus custava R$ 140.990.
Só que os preços escalaram rapidamente nos meses seguintes. Na data em que essa avaliação foi publicada, em fevereiro de 2025, a versão Audace já custava R$ 129.990. A configuração topo de linha Impetus, por sua vez, era comercializada por R$ 144.990.