Por Fernando Calmon
Embora só se iniciem as vendas em meados de janeiro de 2012, o Civic apresentado semana passada fecha o ciclo de seis lançamentos inteiramente novos no segmento C (médio-compacto), precedido por Fluence, 408, Jetta, Cruze e Elantra. O modelo japonês sofreu atraso de cinco meses em razão de falta de componentes devido a desastres naturais no Japão e Tailândia. A Honda manteve a política de lançamentos quase simultâneos com o exterior, mas foi surpreendida por aqueles imprevistos.
Se a versão brasileira já tinha mudanças em relação à comercializada em outros países, as diferenças nessa nona geração (primeira, em 1972) se aprofundaram. Para-choques dianteiro e traseiro, faróis e refletores na tampa do porta-malas são específicos para o nosso mercado. O tanque de combustível aumentou de 50 para 57 litros. Evolução no estilo é discreta. Há mais equipamentos de série, sem alteração nos preços – R$ 66.660 a R$ 86.750 –, na média das versões (LXS, LXL e EXS), uma tendência aqui e no exterior. A maior curiosidade técnica é a redução em 3 cm na distância entre-eixos, na contramão do que se costuma ver. No entanto, o espaço interno não se alterou graças ao reposicionamento do painel e bancos dianteiros. Aumento do volume do porta-malas, de 340 para 449 litros, se deu praticamente pela adoção do estepe de uso temporário, bem mais estreito. A diferença no comprimento total, escasso 1,6 cm mais em relação ao anterior, se deve ao redesenho dos para-choques. O carro ficou 7 kg mais leve, mesmo recebendo material fonoabsorvente no interior dos para-lamas e novos acessórios.
Solucionaram-se certas limitações do Civic anterior. O quadro de instrumentos está mais completo, há um bom computador de bordo e em todos os vidros laterais um-toque para subir e descer. Exclusivos da versão de topo, teto solar e navegação por satélite que inclui melhor trajeto em função das condições de trânsito, em tempo real, em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. A visibilidade à frente melhorou porque as colunas dianteiras são mais delgadas e as duas pequenas vigias cresceram. Todas as versões têm câmera de ré. Pequenas modificações no motor de 1,8 l melhoraram a curva de torque, mas seu valor (17,7 kgf·m) se manteve inalterado, bem como o de potência (140 cv) com etanol. Objetivo foi diminuir o consumo em 2,2%. Com a nova tecla Econ no painel pode haver ganho adicional, em especial se o motorista seguir as luzes de orientação no quadro de instrumentos e abrir mão de parte do conforto do ar-condicionado.
Difícil perceber mudanças na dirigibilidade – já de padrão elevado na oitava geração –, porém o encurtamento da primeira e segunda marchas ajuda na arrancada inicial. Bem interessante a interação (só na EXS) entre o sistema de controle de trajetória (ESC) e a direção de assistência elétrica, que induz o motorista a não errar, caso o automóvel perca aderência em situações extremas. Dois pormenores desagradam: novo volante não tem pega tão boa como antes e o pedal do acelerador passou a ser suspenso, perdendo um pouco da precisão e esportividade do anterior, articulado no assoalho, tradição de Porsche e BMW, por exemplo. RODA VIVA UMA tradição ruim – típica de algumas marcas japonesas – foi mantida pela Honda. Não há informações técnicas suficientes sobre o novo Civic. Consumo de combustível, dados de aceleração e velocidade máxima e até coeficiente aerodinâmico são simplesmente escondidos. No exterior, números de consumo e emissões são obrigatórios. Aqui, fica por isso mesmo… RENAULT demorou mais de um ano, até confirmar a entrada no segmento de carros de custos superbaixos, como o Tata Nano. O preço será maior que o especulado de R$ 6.000 (sem impostos). Carlos Ghosn, presidente da empresa, disse à coluna, em outubro último, que as negociações com a Bajaj, parceira indiana, estavam na reta final. Não quis falar sobre produção aqui.
JOURNEY recebeu o mesmo pacote de “bondades”, em termos de materiais de acabamento e equipamentos, que o Fiat Freemont. Novo motor da Chrysler, V-6/280 cv, combinado a um câmbio automático de seis marchas, deu, claramente, mais vida ao crossover mexicano por preço interessante: R$ 97.500 a R$ 107.900. Em 15 dias pode aumentar de preço com o novo IPI. SALÃO Internacional do Automóvel Antigo, em sua segunda edição, realizada em São Paulo, semana passada, mostrou mais organização e melhor seleção dos modelos. Uma parceria entre o Automóvel Clube do Brasil e a especialista em feiras Reed Alcântara Machado. No total, 240 veículos em exposição e leilão de 80 modelos, de 1929 a 1981. ESTUDO da J.D. Powers indica que 38% dos veículos novos nos EUA são adquiridos por mulheres. Parece uma estatística mais real do que os alegados cerca de 50%, no Brasil. Mais provável que aqui, por razões de pontuação de multas e ida a cartórios na hora de revender, compradores prefiram deixar o carro em nome de esposas e filhas, por exemplo.
Coluna Alta Roda – Mais, por preço igual
- Henrique Rodriguez
- 01/12/2011
- 23:34
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