Inspirado no Onix, SUV compacto muda completamente para tentar ser líder da categoria
Já faz um tempo que você não vê avaliações por aqui. Mas isso está mudando. A partir de agora, você vai ver com uma maior regularidade nossos testes com as novidades do mercado.
E para marcar o começo dessa nova fase, estamos trazendo um dos principais lançamentos no Brasil em 2020: o novo Chevrolet Tracker.
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Por que ele é tão importante? Simples. Sua missão é liderar o segmento de SUVs compactos, o mais disputado do nosso mercado, e que já foi liderado por Honda HR-V, Jeep Renegade, Hyundai Creta e Volkswagen T-Cross.
Nos próximos parágrafos, vamos responder se o Tracker tem condições de ser a nova referência, e se é uma boa opção de compra.
Quanto custa?
A versão que avaliamos é a topo de linha, chamada Premier. Ela é vendida por R$ 119.490, e não tem opcionais.
Pode parecer caro, principalmente porque quase todos os grandes concorrentes, em suas versões equivalentes, custam menos do que isso. Só que o Tracker é bem mais completo.
O Tracker é o único carro do segmento com alerta de ponto cego e central multimídia com wi-fi, e um dos poucos a trazer frenagem automática de emergência, estacionamento autônomo e carregador de celular por indução.
O que oferece?
Entre os itens de série, há:
- 6 airbags
- ar-condicionado digital
- teto solar panorâmico
- faróis de LED
- rodas de 17 polegadas
- central multimídia de 8 polegadas com wi-fi
- carregador de celular por indução
- acesso e partida por chave presencial
- estacionamento autônomo
- frenagem automática de emergência
- alerta de ponto cego
- monitoramento de distância do veículo à frente
- sensor de chuva
- acendimento automático dos faróis
- câmera de ré
Como anda
Essa geração do Tracker chega com as menores motorizações que o SUV já teve. São duas opções, sempre com 3 cilindros e turbo: 1.0, de 116 cv (que também equipa o Onix) e 1.2 de 133 cv, por enquanto, exclusivo do modelo.
Sim, eles são menos potentes do que o antigo 1.4 turbo de 153 cv da geração anterior pós-facelift e também do que o 1.8 aspirado de 144 cv da versão pré-facelift.
Os novos motores, contrariando a lógica, também não possuem injeção direta de combustível.
Mas nem tudo está perdido. A nova linha de motores é mais econômica, e o 1.2 tem mais torque do que o antigo 1.8. São 21,4 kgfm contra 18,9 kgfm. Além disso, casa muito bem com o câmbio automático de 6 marchas.
Na comparação com o 1.4 turbo, são 20 cv e 3,1 kgfm a menos.
Porém, se analisarmos apenas números, teremos uma impressão falsa do desempenho do novo Tracker. Além de estar mais leve do que a geração anterior, o SUV possui melhor entrosamento entre motor e câmbio.
O acerto é mais preciso, inclusive, do que no Onix, onde parece que faltou um ajuste fino, principalmente nas reações do acelerador.
No Tracker, as acelerações são mais progressivas, enquanto a direção ficou mais direta.
Uma característica preservada da geração anterior é o bom acerto da suspensão. O trabalho da engenharia ainda conseguiu resolver os problemas crônicos de batidas secas que o Tracker antigo carregava por ter um curso mais curto.
A suspensão é firme, mas oferece bom compromisso com o conforto. Nesse aspecto, o Tracker não se sai tão bem quanto Renegade, mas fica entre os melhores do segmento junto com o T-Cross.
Entre os rivais
O Tracker segue uma fórmula bastante conhecida pela própria GM. O modelo é bastante regular, não destoando demais em nenhum aspecto.
É o que acontece ao analisarmos o espaço interno. Aqui, novamente o Tracker não de destaca, mas também não decepciona.
Com 2,57 m de entre-eixos, ele não deixa uma sensação de aperto. Porém, o fica abaixo de Volkswagen T-Cross, Nissan Kicks, Honda HR-V e Hyundai Creta, e empata com o Jeep Renegade, que oferece melhor espaço para a cabeça.
O volume do porta-malas segue a mesma tendência. São 393 litros, suficientes para superar T-Cross e Renegade. Mas ainda fica distante do trio de origem asiática, Creta, Kicks e HR-V. É menos até do que o compartimento de bagagens do Nivus, versão “esticada” do Polo.
Tracker | T-Cross | Renegade | Kicks | Creta | HR-V | |
Comp. | 4,27m | 4,20m | 4,29m | 4,29m | 4,27m | 4,33m |
Entre-eixos | 2,57m | 2,65m | 2,57m | 2,61m | 2,59m | 2,61m |
Largura | 1,79m | 1,76m | 1,81m | 1,76m | 1,78m | 1,77m |
Altura | 1,62m | 1,59m | 1,69m | 1,59m | 1,64m | 1,59m |
Porta-malas | 393 l | 373 l | 320 l | 431 l | 431 l | 437 l |
Na qualidade do acabamento, um critério bem mais subjetivo, o Tracker aparece bem na fita. Em um segmento onde o plástico duro é regra, o Chevrolet lança mão do material, mas oferece uma combinação interessante com uma espécie de vinil azul.
Sem grandes exageros, a cabine é moderna, e entrega uma boa ergonomia. O motorista só precisa de acostumar com um preciosismo.
Ao contrário da maioria dos carros com partida por botão, onde basta pressionar a tecla uma vez, para ligar o motor do Tracker é preciso realizar o procedimento duas vezes.
E aí, vale a compra?
Sim.
O sonho dos executivos da GM é que o Tracker trilhe o mesmo caminho de sucesso do Onix. Para que isso se concretize, adotaram a mesma tática.
O SUV compacto foi desenvolvido na China, como um carro global de países emergentes. Tem visual agressivo, motores modernos e está recheado de equipamentos. Não é o mais espaçoso da categoria, nem o mais econômico, tampouco o de melhor desempenho. Mas também não é o pior.
E talvez essa seja a chave para disputar a liderança. O Tracker é equilibrado, porque vai razoavelmente bem em todos os quesitos.
FICHA TÉCNICA: Chevrolet Tracker Premier
- Preço
- Motor
- Potência
- Torque
- Cons. urbano
- Cons. rodoviário
- R$ 119.490
- 3 cilindros, 1.2 12V, turbo
- 133 cv
- 21,4 kgfm
- 11,2 km/l / 7,7 km/l (G/E)
- 13,5 km/l / 9,4 km/l (G/E)